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Aguas Verdaderas

Ayer Ayer, Santa Tere, Mexico

2020

Em seu trabalho, o artista e pesquisador Federico Pérez Villoro (México, 1987) investiga as formas como o poder do estado, das grandes corporações e das instituições se materializam através do uso estratégico das tecnologias de informação.

Por meio de textos, vídeos, imagens de satélite e recursos matemáticos, o artista escrutina o caráter operacional das imagens, permitindo-nos ir além da sua dimensão figurativa, revelando as camadas políticas e interesses econômicos presentes na sua construção e circulação. Convida-nos, assim, a uma espécie de contrapedagogia da vigilância.

Em sua residência no Pivô, no primeiro semestre de 2023, ao fazer uso de tais ferramentas metodológicas, Federico propôs um estudo e aproximação às águas que conformam a cidade de São Paulo, mais especificamente o rio Tietê –ou Anhembi, nome original deste curso de água que em tupi-guarani significa rio verdadeiro. O artista buscou estudar de que maneira a dimensão técnica do que se entende como progresso se sobrepõe aos ecossistemas gerando processos de controle da paisagem e domesticação dos corpos naturais que transformam os cursos de água em objetos técnicos e sujeitos jurídicos.

No projeto desenvolvido durante a residência, A máquina, Federico fabula sobre a relação inversamente proporcional entre os processos de obsolescência do progresso e a sobrevivência de espécies outras que humanas. De alguma forma, refuta a máxima de Heráclito, de que não podemos entrar duas vezes num mesmo rio, uma vez que, mais próximo a Ailton Krenak, questiona nossa agência como humanos na relação com outros seres, e nos convida a ser água.

Trilha sonora da video projecao: Luisa Lemgruber

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In his work, artist and researcher Federico Pérez Villoro (Mexico, 1987) investigates the ways in which the power of the state, large corporations and institutions materializes through the strategic use of information technologies.

Through texts, videos, satellite images and mathematical resources, the artist scrutinizes the operational nature of the images, allowing us to go beyond their figurative dimension, revealing the political layers and economic interests present in their construction and circulation. It invites us, therefore, to a kind of counterpedagogy of surveillance.

At his residence in Pivô, in the first half of 2023, by making use of such methodological tools, Federico proposed a study and approach to the waters that make up the city of São Paulo, more specifically the Tietê river – or Anhembi, the original name of this course. water which in Tupi-Guarani means true river. The artist sought to study how the technical dimension of what is understood as progress overlaps with ecosystems, generating processes of landscape control and domestication of natural bodies that transform water courses into technical objects and legal subjects.

In the project developed during the residency, The Machine, Federico talks about the inversely proportional relationship between the obsolescence processes of progress and the survival of species other than human. In some way, it refutes Heraclitus' maxim that we cannot enter the same river twice, since, closer to Ailton Krenak, it questions our agency as humans in relationships with other beings, and invites us to be water.

Video projection soundtrack: Luisa Lemgruber

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